segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tradução: Rob na Vanity Fair

image Faz exatamente um ano desde que Crepúsculo, o livro de vampiros adolescentes que virou uma franquia do cinema, se tornou um fenômeno mundial, lançando o astro pensativo e relutante Robert Pattinson na estratosfera de celebridade. Desde Leonardo DiCaprio com Titanic não víamos uma era em que um jovem ator era tão radicalmente aclamado por adolescentes e paparazzi — o bastante para fazer com que um mero vislumbre do ator com sua co-estrela e suposta paixão, Kristen Stewart, vire notícia internacional nas primeiras páginas. Para a matéria de capa da edição de dezembro da Vanity Fair, a editora Evgenia Peretz entrevistou Pattinson, Stewart, e algumas fontes internas de Crepúsculo para um perfil íntimo que descreve como ele conseguiu o papel de Edward Cullen, destila a essência de seu apelo, e explora seu desconforto com a loucura motivada-por-hormônios que ele inspira entre as fãs.

Peretz, que, por sinal, fez uma matéria com o perfil de DiCaprio em 2004, segue o ator britânico e byrônico¹ da convenção Comic-Con em San Diego às Waldorf Towers em Nova York, enquanto ele se prepara para o lançamento da sequência de Crepúsculo, Lua Nova, em 20 de novembro. Ele não sai para noites selvagens em boates — mesmo que ele pudesse sair sem ser atacado, Pattinson preferiria se ocupar com um bom livro.

Ao invés de estar por aí com supermodelos, Pattinson, que vem sobrevivendo com três malas nos últimos meses, tem se sentido espantado, consciente, e culpado. “Estou tentando não me afogar,” ele diz em seu quarto de hotel no Hard Hock em San Diego, que hoje está sujo de garrafas de cerveja, velhos ovos mexidos, uma barra de Twix comida pela metade e um par de jeans sujos no chão da sala de estar. E ele percebe que não fez a cama. “Oh, Deus. Desculpe por isso.”

“Estou insuportavelmente consciente das coisas,” ele admite. Até o ponto que, enquanto filma cenas antes do exército de paparazzis de Nova York que o segue para todo lugar, ele fica com medo de que seu “cofrinho esteja aparecendo.”

Criado fora de Londres em uma pequena vila, com um grande desejo de ser músico ou ator, Pattinson é dolorosamente modesto em relação ao seu talento e aparência, e eternamente confuso pela devoção de suas fãs.

Apesar do fato de que ele é uma beleza exótica — com lábios perfeitamente formados e bem vermelhos, e uma face que poderia ter sido imaginada pelos poetas românticos — ele acha que lembra “um personagem de desenho animado.” Uma de suas pernas é maior que a outra, o que o faz parecer, como ele diz, “um idiota.”

Ele tem certeza de que está enlouquecendo as pessoas por falar constantemente que não consegue sair do quarto de hotel. E ele vê sua inabilidade de saborear a admiração das fãs como um defeito próprio. “Acho que não sou o tipo de cara certo para fazer uma franquia,” ele diz. “Não sou uma pessoa de muitas multidões.”

O primeiro papel de Pattinson em um filme de sucesso foi uma pequena parte em Harry Potter, o que acabou chamando a sua atenção para os produtores de Crepúsculo. Mas se ele pudesse, continuaria interpretando forasteiros estranhos e torturados.

[O diretor de Pattinson no filme indie, How to Be, Oliver Irving] lembra, “ele se fazia chorar e se preparava…batia nele mesmo e fazia tudo o que podia para se fazer sentir doente,” enquanto observadores se perguntavam o que diabos aquele cara tinha.

Quando você interpreta um homem estranho, ele explica, “Você sempre tem uma desculpa…Ele é bizarro!”

Mas o comportamento de Pattinson era longe de antissocial durante as filmagens de Crepúsculo. Durante as noites, a diretora Catherine Hardwicke lembra, Pattinson estava “sempre bêbado”, entretendo Stewart e outros membros do elenco em seu quarto de hotel com o violão. Uma “atração nervosa” estava se formando fora das telas.

“O que Rob e Kristen tinham era uma multidão de sentimentos um pelo outro. Sentimentos complexos,” diz Hardwicke. “Era o que precisávamos. Fascinação complexa, intensa.”

Pattinson, de sua parte, fala sobre Stewart: “Ela influenciou a maneira como eu fiz tudo em Crepúsculo. É muito legal ter alguém que é verdadeiramente indiferente a todo o espetáculo de coisas.” Para constar, entretanto, Pattinson diz que os rumores de um caso de amor são falsos: “Não faz diferença alguma o que você diz [para os tabloides]. Eu estava literalmente do outro lado do país [longe de Kristen], e eles diziam, ‘Oh, eles estavam em encontros secretos!’ E eu falo, ‘Onde? Eu nem posso sair do meu quarto de hotel!’” Stewart foi ainda mais enfática: “Isso é tão retardado,” ela diz. “Somos como personagens de um gibi.”

Nota:
¹Byrônico: do estilo do Lorde Byron, triste e irônico

Fonte: Twilighters

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